"Estava sozinha, nua, amarrada em uma cama com as pernas abertas, com muita dor, fome e sede. Abandonada, me negavam água e comida. Me gritavam que parasse de gemer e faziam piada com meu estado. Vez ou outra entravam grupos de pessoas que introduziam seus dedos e outros objetos em minha vagina. Ninguém me dirigia a palavra senão para ofender-me e mandar-me calar."
Esse trecho é uma composição feita por mim com as mais frequentes frases que eu lei em relatos. Relatos de que? Estupros? Não, relatos de parto mesmo.
Isso, e outras coisas, se chama violência obstétrica. Acontece rotineiramente em todos os hospitais maternidade onde uma mulher chega dando à luz a seu bebê. E é contra isso que eu luto! Porque violência obstétrica é violência de gênero, é violência sexual, é violência!
Uma mulher em trabalho de parto tem o direito de estar acompanhada por quem ela quiser, o tempo todo, de ficar na posição que lhe for mais confortável, de se alimentar e saciar sua sede como lhe convier e ainda de ser informada sobre todos os procedimentos que lhe serão feitos, e que só poderão ser feitos com seu consentimento.
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