sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Sobre crianças reservadas e autismo

Quando eu era criança, e eu era considerada tímida, fechada, séria. As pessoas me cobravam que eu falava pouco, falava baixo, era muito envergonhada. Na adolescência recomendaram que eu fizesse curso de teatro, que ajudaria, e realmente ajudou. Passei a conseguir me relacionar melhor com o mundo, conseguia explicar melhor o que se passava na minha mente consigo conversar com as pessoas, sem ter vontade de me esconder e sair correndo, passei a aceitar a convivência com os iguais, e tive então uma adolescência normal, uma vida adulta normal.

Se fosse hoje em dia, quem aposta aí que eu receberia um diagnóstico de autismo? Porque eu evitava o contato olho a olho, porque eu não me comunicava como "esperado"?

Me assombra, a quantidade de pedagogos, insinuando que crianças saudáveis, apenas tímidas, possam ter autismo "dos mais leves" só porque preferem brincar sozinhas, do que com outras crianças, só poque nem sempre conversam quando interpeladas.

Aí apavoram os pais, e saem com as crianças a fazer um milhão de consultas e exames na tentativa de fechar um diagnóstico.

Sim, existem crianças autistas, com vários espectros de autismo, que precisam sim de tratamentos. Mas seria bom que evitassem o temporal de insinuações e indicações de algo do qual nem se é especialista sobre