sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Amamentação após os 2 anos: prolongada ou continuada?

A Organização Mundial e Saúde, entre outros órgãos, recomenda que a amamentação seja feita exclusivamente por 6 meses ( o que significa não oferecer nenhum outro alimento ou líquido neste prazo, que não seja o leite materno, exceto em casos em que haja necessidade de complementação com formula artificial em casos raros) e que prossiga até pelo menos os 2 anos de idade, podendo superar este prazo em qualquer quantidade de tempo, uma vez que fica em aberto na frase "2 anos ou mais".

Entende-se por isso, que até os 2 anos, a amamentação é a norma, passando disso ela passa a ser prolongada ou continuada, dependendo do interlocutor e de seus conhecimentos quanto a produção científica ou etimologia e a força que carregam as palavras e seus significados.


Aqueles que a chamam de amamentação prolongada, defendem que este é o termo científico, que assim trabalham os pesquisadores da área, e que portanto acaba tornado jargão do meio. Quando se passa tempo lendo, pesquisando e produzindo artigos referentes à amamentação para além dos 2 anos de idade do bebê, é fácil entender que o termo ainda hoje se encontre em uso.

Porém existe uma militância que busca resinificar esse período da amamentação que se estende além do prazo fixado como sendo o básico ideal, e propõe a adoção de outro termo: amamentação continuada. Que seria o hábito de continuar mamando, mesmo já tendo superado a idade mínima para um desmame.


Pensando sobre este assunto, conclui que essas denominações não fazem sentido. Não existe amamentação prolongada, nem continuada. Amamentação é amamentação. Se falamos em desmame natural, no tempo da criança, ela não prolongou a amamentação, tampouco continuou a amamentar depois do tempo, ela simplesmente mamou até quando quis, até quando precisou e ponto.

Portanto, independente da idade da crianção amamentada, ela continua sendo lactente. Os motivos que a levam a mamar, sejam nutricionais, emocionais, físicos ou comportamentais não deveriam ser considerados diferentes e classificados diferentes, seja para a ciência, seja para o ativismo.  Mesmo que saiba-se existirem demandas diversas para que esta amamentação ocorra, pensemos que a OMS deixa em aberto sua recomendação, justamente por não ser relevante quando a amamentação acabe, desde que ela pelo menos tenha durado cerca de 2 anos. A única ressalva é essa: desmames feitos antes desse tempo, são considerados precoces.

Mas essa é só minha opinião, cada um que continue usando os termos preferidos.

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